MENTE SUICIDA

Mente suicida

E a menina chora, chora e chora e seu travesseiro já não suporta mais.

Ela aperta a coberta na boca para que seus gritos fiquem abafados.

As lágrimas queimam, não o seu rosto, mas sim seu coração.

Tudo parece pegar fogo dentro dela, enquanto a sua imagem jogada ao chão quase sem vida não sai da sua cabeça.

Ela solta o edredom e com força aperta as unhas em suas pernas, até não conseguir mais.

E depois de lutar muito contra sua mente suicida, ela dorme.

A menina faz isso todos os dias, na esperança de um dia, poder dormir para sempre.

Na esperança dos machucados sumirem.

Na esperança da paz.

Por Janaina Fischer https://www.pensador.com/

Ao ler alguns relatos de suicídio vejo esse poema, ao ler cada frase não deixo de imaginar essa cena, que expressão de angústia escrita.

Pessoas em crise, em luto (emprego, ente querido, divórcio…), em depressão e outros sentimentos, quantas vezes a demonstração dessa angústia se dá pelo choro.

Um choro que vem da alma e dá a sensação real de consumir, algo compulsivo como se o real já não existisse mais.

A pessoa sob essas circunstâncias não consegue mais ver futuro, a dor que permeia destruiu tudo dentro de si e não poucas vezes destruiu seus sonhos.

Sem alguma perspectiva de solução, sem pensar ou sonhar, sem viver mesmo que respirando.

Assim a pessoa sobrevive sem viver, dia após dia, como no poema, com a esperança de um dia não acordar mais e não sentir mais essa dor. Assim a dor foi vencida e não mais incomodará.

Essa é vitória de uma mente suicida, matar a dor que está lhe matando, nem que para isso tenha que matar a si.

Não é fraqueza ou falta de fé é exatamente dor infinita.

Não julgue jamais uma pessoa que está assim, ofereça um abraço forte, não emita suas verdades, somente a ouça e procure ajuda para ela, pois ela esta sem forças pra fazer isso sozinha.

Seja a mão que ajuda e não a que empurra para o precipício.

E você que se sente assim, acredite, um dia passa, não desista, procure ajuda, sua vida tem muito valor.

Procure ajuda.

Por Évelin Cristina

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